terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Um pouco sobre a história do GN...

A história do Gás Natural no mundo

Há registros antigos que demonstram que a descoberta do gás natural aconteceu no Irã, entre 6000 e 2000 a.C. e que na Pérsia ele era usado para manter aceso o “Fogo Eterno”, símbolo de adoração de uma seita local. A China o descobriu 900 a.C., mas só em 211 a.C. começou a extraí-lo com a finalidade de secar pedras de sal.
Na Europa o GN foi descoberto em 1659, mas não despertou interesse. Em 1821 foi a vez dos americanos descobrirem o gás natural na Fredônia (Nova Iorque). Com a descoberta eles logo construíram o primeiro gasoduto para fins comerciais. O poço de gás tinha 27 pés de profundidade e servia para abastecer cerca de 100 lâmpadas de rua e fornecia energia aos consumidores para iluminação e preparo de alimentos.
Mas foi apenas no final de 1930 que os avanços na tecnologia de construção de gasodutos permitiram o transporte do gás natural para percursos mais longos.
Até a 2ª Guerra Mundial o mercado de GN era pequeno e só teve a sua expansão depois da guerra, quando perceberam que ele era uma ótima opção de energia alternativa.

Destaques históricos da indústria mundial do Gás Natural

1813 –
A London and Westminster Gas Light & Coke Company assina o primeiro contrato municipal para iluminação pública a gás.

1821
– Nos EUA o GN produzido em Fredônia (Nova Iorque) é bombeado por gasodutos por toda a cidade para iluminar ruas e casas. É o nascimento da moderna indústria do gás natural.

1860 – Na Bélgica, Jean Josef Etienne Lenoir dá partida no primeiro motor a gás “que realmente consegue rodar”.

1862 – Foi criada a Fundação da Hong Kong & China Gás CO, em Hong Kong, que funciona até hoje e é uma das maiores redes urbanas de gás natural do mundo.

1920 – Os EUA já possuíam mais de mil plantas de compressão de resfriamento de gás produzido com o petróleo, que produzia um hidrocarboneto instável, além de composição variável, comercializada como um tipo de gasolina para automóveis.

1930 – Nessa década foi construído o primeiro duto exclusivo para gás natural nos EUA.


1938 – É instituída, nos EUA, a lei sobre o gás natural na Comissão Federal de Energia, com o objetivo de regulamentar a crescente indústria do GN, incluindo os preços do produto na boca do poço.

1942 – O presidente Franklin Roosevelt incentiva o desenvolvimento das reservas ainda não exploradas de GN.

1956 – As descobertas em Shebelinka e na Ucrânia, no norte do Cáucaso e no Uzbequistão levam à criação de um Ministério do Gás, que deu origem a maior companhia de gás do mundo, a Gazprom.

1957 – A indústria francesa de gás é iniciada e a Elf Aquitaine é criada, graças a grande descoberta do campo de Lacq, no sudoeste da França.

1961 – Foi descoberto o campo de Punga, o que tornou a Sibéria Ocidental (ex-União Soviética) uma grande produtora de gás natural.

Anos 70 – Cerca de 70 países já produziam gás natural, sendo que EUA, União Soviética, China, Holanda e Canadá comandavam juntos 76% da produção mundial.

1974 – Graças ao primeiro grande choque do petróleo (1973) muitos países, sobretudo o Japão, passaram a consumir mais o GN e outras energias alternativas.


A história do GN no Brasil

1854 – A Companhia de Iluminação a Gás (CEG) foi criada. Ela ainda funciona e é uma das maiores empresas de gás canalizado do Brasil.

1941 – Foi quando a utilização do gás natural começou no Brasil, mas de forma modesta.

Década de 80 – Com a exploração e o desenvolvimento da Bacia de Campos, aconteceu o grande marco do gás natural (chegou pela primeira vez a 2,7% do consumo da matriz energética brasileira). Hoje o Governo Federal tem como meta elevar para 12%, até 2010, a participação do gás natural no consumo energético do país.

GASBOL -
Sua criação teve início em 1997 e a sua operação começou em 1999.


Principais características que elevaram o consumo de GN no Brasil:


É um gás mais leve que o ar, não poluente e possui alto poder de calor;


Pode ser distribuído naturalmente, assim como é extraído;


Apresenta grande segurança para o meio ambiente;


A sua densidade é bem menor que a do ar, o que facilita a sua dispersão na atmosfera em caso de vazamento;


Quando inalado acidentalmente, não causa danos à saúde das pessoas (basta um pouco de ar fresco para eliminá-lo do organismo);


Para que se inflame é preciso uma temperatura superior a 620ºC;


O projeto de engenharia da rede de distribuição, associado às reservas de GN bolivianas, com capacidade de 600 anos, garantem ao consumidor o fornecimento de gás contínuo, a qualquer hora, não sendo necessária a manutenção de estoques no local de consumo.

GN: energia do futuro

Muitos profissionais ligados ao setor de petróleo afirmam que o gás natural é a energia do futuro. Pensando nisso, a Petrobras tem investido no GN visando o seu desenvolvimento no mercado interno e externo. Por isso tem participado de alguns projetos como o “Urucu”, por exemplo, que é capaz de gerar 930MW de energia elétrica para a grande região da Amazônia. O “Projeto Urucu” visa utilizar cerca de 5 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural, vindos dos campos de Urucu e Juruá (Alto da Amazônia).


GASBOL


O GASBOL (Gasoduto Brasil-Bolívia) tem 3.150km de extensão, sendo 2.593 em território brasileiro e apenas 557 em território boliviano. Ele faz parte de um grande empreendimento da Petrobras, que visa atender a crescente demanda de GN no Brasil. Calcula-se que quando estiver em operação terá capacidade para transportar até 30 milhões de metros cúbicos/dia de gás vindos da Bolívia. A construção do GASBOL teve início em 1997 (governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso) e a sua operação em 1999. Estimava-se que ele estivesse funcionando plenamente até 2010, mas como em 1º de maio de 2006 o Presidente da Bolívia, Evo Morales, decretou a nacionalização do petróleo e do gás bolivianos o futuro dele é imprevisível.


Produção de GN


Atualmente a Rússia é a maior produtora de gás natural do mundo (600 bilhões de metros cúbicos/ano). Os EUA vêm logo atrás com a produção de 500 bilhões de metros cúbicos/ano e o Brasil está entre os 10 maiores produtores, com uma produção de 20 bilhões por ano (sendo que 80% são offshore e 20% onshore).

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